Quando recorre à alteração de horário, a direcção reúne pelo menos sete dias antes com operários de várias secções – uma prática que decorre há mais de dez anos, não suscitando oposição, lê-se.

A Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) inspeccionou no fim de Maio a firma de 1030 efectivos, 80 deles contratados a termo, sendo 80 por cento mulheres. A reguladora mantém, porém, o caso “pendente de melhor análise, pois importa salvaguardar equilíbrios”, ainda que tenham sido entregues declarações de concordância dos funcionários, os quais não terão sindicato.

No concreto, face ao abrandamento da economia mundial, o grupo da Gabor encerrou a fábrica na Áustria e passou a produção para Barcelos, logo “não estão em causa postos de trabalho” nacionais.

Confirmou-se que a empresa recorre à flexibilidade de “banco de horas”, alargando para nove horas diárias em fase de maior produção, o que é compensado nas épocas de menor produção com sete horas diárias ou dias completos de ausência.

“Não obstante este regime não se encontrar consagrado no i.r.c.t. aplicável, a contabilidade parece fiável e o saldo de flexibilidade pode ser consultado pelos trabalhadores a qualquer momento; em caso de cessação dos contratos laborais e de existir saldo positivo, remunera-se as respectivas horas como extraordinárias”, refere o ministério às perguntas do deputado comunista Agostinho Lopes. A firma teve 2,33 milhões de euros co-financiados pela UE desde 1994.

Têxtil nas Carvalhas
O Ministério do Trabalho respondeu ainda há dias ao PCP sobre o fecho da confecção Cosbatex, Carvalhas, que em 2007 acumulava tinha dívidas à Segurança Social. Dos 28 operários, 19 receberam subsídio de desemprego, cinco iniciaram actividade por conta de outrem, três não tinham registo e um desistiu da inscrição no Centro de Emprego.