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Crise de representação

Editorial assinado por Rui Pedro Faria, director-adjunto do Barcelos Popular

Apenas e tão só porque Luís Montenegro acredita que vai reeditar, em 2025, a maioria absoluta de Aníbal Cavaco Silva em 1987, teremos eleições a 18 de Maio.

Karl Marx escreveu que "a história repete-se, primeiro como tragédia, depois como farsa”. Eventos históricos significativos podem parecer repetir-se, mas nunca da mesma forma nem com o mesmo impacto. Veremos até que ponto estas Legislativas corroboram a visão dialética da história de Marx.

Para já, dissolvida a Assembleia da República, os partidos escolhem os candidatos a deputados, muitos repetentes, alguns estreantes. De um modo geral, não é exagero afirmar que a cada nova Legislatura assistimos a um recrudescimento da impreparação do pessoal político.

No nosso modelo de democracia representativa, os deputados à Assembleia da República são eleitos para representarem os cidadãos que os elegem. Nas suas listas, os partidos deveriam indicar candidatos a deputados com provas dadas, profissionais e políticas. Mas aquilo que se verifica é meramente a ascensão de quem apenas demonstra dotes de controlo dos aparelhos partidários, assim comprometendo a excelência do Parlamento enquanto verdadeira casa da democracia.

Veja-se o exemplo dos candidatos a deputados escolhidos pelas concelhias de Barcelos do PS e do PSD. Fora das mais restritas bolhas partidárias, quem conhece Isabel Costa e Ricardo Barroso? Possuirão, por certo, excelsas qualidades políticas e valorosos méritos profissionais, pena não serem visíveis aos olhos do comum eleitor barcelense.

Esta persistência no erro de PS e PSD tem como consequências um Parlamento mais pobre e uma crise de representação, traduzida no distanciamento entre eleitos e eleitores, caldo perfeito para o crescimento de populismos, em claro prejuízo da robustez da democracia.

Opinião

Rui Faria
03 de Abr de 2025 0

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