
51 Anos de Democracia
A 2ª República deixou marcas profundas na História...
Embora possa ter passado despercebido para a maior parte da população, no passado dia 4 de agosto realizou-se uma sessão extraordinária da Assembleia Municipal.
Lamentavelmente, em Barcelos, o afastamento entre os órgãos de poder locais e as pessoas é uma realidade que continua a não merecer a devida atenção por parte dos responsáveis políticos.
Mas centremo-nos na Assembleia extraordinária. O mês de agosto é, geralmente, associado à “sillyseason” (tradução para “estação tonta”), uma altura em que os assuntos noticiados não são os habituais e acabam por assumir menor relevância. No entanto, ainda que em agosto o país tenha ido a banhos, é essencial discutir o que se passou naquela sessão de 4 de agosto.
Com base na Ordem de Trabalhos prevista para a sessão convocada, não é possível aferir uma razão que justificasse a urgência da realização desta Assembleia. Ainda assim, tem-se como principal ponto a 4ª Revisão ao Orçamento Municipal para 2023. E é precisamente aqui que, fazendo uso da expressão, “a porca torce o rabo”.
Para quem está mais atento à política local, decerto que ouviu os rumores acerca da não validação do Orçamento Municipal, por parte do Tribunal de Contas, por, alegadamente,não contemplar a inclusão de verbas plurianuais. Em resposta ao Bloco de Esquerda, que levantou esta questão em sede da Assembleia Municipal, Mário Constantino, Presidente da Câmara, afirmou que a sessão foi marcada a pedido do Executivo camarário, por ter havido “indicação do Tribunal de Contas” para “reforçar as verbas para 2024” alocadas para o serviço das cantinas escolares do concelho, de modo a “não comprometer o início do ano letivo, no que às cantinas escolares diz respeito” (segundo palavras do próprio).
Ainda assim, as dúvidas permanecem. Esta explicação só foi dada pelo Presidente da Câmara após a questão ter sido colocada. A justificação para a realização da reunião parece inusitada: afinal, o ano letivo começa em setembro de 2023. Até ao final deste ano irão realizar-se mais sessões da Assembleia Municipal (aliás, muito provavelmente haverá já uma em final de setembro/início de outubro). Qual a razão para se ter realizado esta sessão da Assembleia Municipal, quando este assunto poderia ter integrado a Ordem de Trabalhos de uma futura reunião deste órgão?
Uma coisa é certa. Todo este assunto e o manto de dúvida que rodeiam esta Assembleia Municipal são o perfeito exemplo do que têm sido os dois anos de governação dos destinos do Município por parte da coligação de direita. Promessa atrás de promessa, casos e casinhos que mancham a política e o concelho, problemas que continuam sem ser resolvidos.
No fim de contas, estes dois anos de governação de PSD, BTF e CDS em pouco diferem dos 12 anos em que o PS esteve no poder. Os papéis apenas se inverteram: mudam as moscas, mas o cheiro é o mesmo. Infelizmente, para grande parte dos responsáveis políticos do nosso concelho, a prioridade não são as pessoas nem as respostas aos seus problemas, mas sim uma forma de fazer política pouco transparente e, diria até,“tonta”. Em Barcelos, vivemos permanentemente em “sillypolitics”.
A 2ª República deixou marcas profundas na História...
Não se escreve a história com uma borracha. Nos úl...
Há 50 anos os portugueses participaram em massa na...
Este será o primeiro 25 de Abril sem a dona Celest...