
O caroço no centro da política
“O segredo de justiça visa, por um lado, garantir ...
Muito se tem falado sobre a luta dos professores e dos trabalhadores não docentes; é natural haver tanta celeuma, uma vez que a Escola é tradicionalmente pacífica (exceto quando se sente desrespeitada, como agora) e porque desde 2008 que os professores não se uniam desta forma para defender a profissão. Tem circulado o rumor de que esta batalha não reúne simpatia popular, dada a inconveniência das greves na vida das famílias; contudo, convém relembrar os motivos e compreender os meios associados a esta luta.
O instrumento mais forte e eficaz de qualquer luta laboral é a greve; todas as greves são desenhadas de forma a ter impacto na rotina das pessoas, pois só assim se chama a atenção para o problema em causa. Nenhuma greve é agradável, mas tampouco injustificada, pelo que mais vale adotar o sentimento de Zeca Afonso: “A gente ajuda, havemos de ser mais eu bem sei”.
As principais reivindicações dos professores prendem-se com a contagem integral do tempo de serviço (é de relembrar que as carreiras da Administração Pública estiveram congeladas por vários anos), a abolição das quotas para acesso a certos escalões e a melhor gestão dos professores deslocados, por exemplo, em termos de apoio financeiro. É natural que nem todas estas reivindicações sejam satisfeitas e é regra basilar da diplomacia que numa boa negociação ninguém saia completamente satisfeito. O caso mais complexo parece ser o da contagem do tempo de serviço, pois o governo defende que esta abriria uma caixa de pandora (juntar-se-iam os médicos, enfermeiros…) que exigiria um montante que dizem não ter condições para desembolsar. Aparentemente, tal mudança causaria um rombo nos cofres do Estado. Contudo, é manifestamente difícil compreender como é que houve 8300 milhões de euros para o NOVO BANCO e 3200 milhões de euros para a TAP, mas não há dinheiro para pagar o que se deve aos professores e outros profissionais. De que projetos abdicamos para salvar essas empresas? Quanto de necessário ficou por fazer? Quantas carreiras foram desvalorizadas? Não é aceitável que nestes tempos difíceis, se desperdicem fundos em setores que em nada contribuem para o bem-estar dos portugueses.
Saiu há dias uma sondagem que constata que a maioria dos portugueses (63%) concorda com a recuperação completa do tempo de serviço dos professores, seja de forma faseada (38%) ou imediata (25%), o que mostra que afinal a sociedade civil está solidária com os professores. Falta o governo perceber que a classe profissional que forma todas as outras merece, acima de tudo, respeito
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