Fechar menu

"O Gil Vicente precisa de mim nesta altura"

Manuel Ribeiro, técnico de futebol

Manuel Ribeiro assumiu o cargo de técnico principal até ao final da temporada, mas vai dizendo que "não anda à procura de ser treinador de futebol".

Não é nova a situação que Manuel Ribeiro vive actualmente no Gil Vicente. A sua actividade profissional no âmbito desportivo teve início na época de 1986/87, onde trabalhou com Fernando Festas no Salgueiros, quando a equipa de Paranhos estava na I Divisão, seguindo-se com Nicolau Varzim e Trofense, com Nicolau Vaqueiro e Ferreirinha, no Moreirense, e Leixões. António Valença, no Esposende e Vieira Nunes, de novo no Salgueiros, e no Guimarães, três épocas, clube onde iniciou a profissão de futebolista e de profissional, durante dois anos, trabalhando depois no Gil Vicente e Rio Ave, com Vítor Oliveira.
Há oito anos no Gil Vicente, com um interregno de uma época onde exerceu as funções de director-desportivo no Vitória de Guimarães, Manuel Ribeiro trabalhou no emblema de Barcelos com Luís Campos, Ulisses Morais e Paulo Alves. Com a saída de Neca, Manuel Ribeiro assumiu o comando técnico da equipa do Gil Vicente acumulando a de director-desportivo.


“Este é um projecto até final da época”
Na condição de técnico principal logo após a saída de Neca, este é mais um desafio na carreira de Manuel Ribeiro. “Sob o ponto de vista desportivo, é, de facto, o projecto mais arrojado. Mas, já anteriormente por clubes por onde passei, tinha assumido o cargo de treinador. Este é um projecto até final da época. Vivi a minha vida desportiva à procura de desafios diferentes, constantes, e este é mais um”.
Confessando que no futuro quer exercer apenas as funções de director-desportivo, Manuel Ribeiro viu-se confrontado com um acumular de funções, juntando agora o de técnico principal. “Não estive à procura dele. Depois de exercer as funções de director-desportivo no Vitória de Guimarães e Gil Vicente, não pensava fazer esta interrupção, que, repito, penso continuar a fazer a carreira de director-desportivo. Apenas a interrompo para ser treinador do Gil Vicente até final da época, de acordo com o pedido que me foi feito pelo presidente António Fiúza”.

“Não vou à procura de ser treinador”
Confessando que em caso algum iria defraudar a confiança que nele depositaram, o técnico reconsidera e decide então aceitar o desafio. “O Gil Vicente precisa de mim nesta altura e de forma alguma poderia virar as costas ao clube”. Mas o técnico tem muitas dúvidas quanto à hipótese de continuar a ocupar o cargo de treinador em termos de futuro. “É uma incógnita e não poderei dizer que é isto que eu quero, ser treinador no futuro. Julgo que não, embora seja prematuro fazer conjecturas. Não vou à procura de ser treinador e neste momento o desafio é aliciante. Tenho imenso prazer nisso, não me assusta nada e que espero dar saída. Mas não penso no futuro ser treinador de futebol”.

Saída de Neca: “Faltaram as vitórias”
O que falhou para a saída do professor Neca, foi uma questão que colocamos ao novo responsável da equipa. Manuel Ribeiro opina que os motivos estão bem à vista. “Faltaram as vitórias. Tivemos um percurso de seis empates, duas vitórias e uma derrota e somos neste momento a equipa menos batida. Falhou a bola que não entrou algumas vezes. Bastava que tivesse entrado duas ou três vezes mais e que em vez do empate daria a vitória.
Conotado de treinador muito “defensivo”, foram os “empates” que ditaram a saída de Neca. “Desportivamente acho que sim. O professor Neca tinha todas as condições para continuar. Emocionalmente e fruto de alguma instabilidade por seu um homem da terra, isso pesou um pouco. Espero ter a sorte que o professor Neca não teve. Espero também que os jogadores sintam que esta mudança vai no sentido de os aproximar um pouco mais uns dos outros. Espero que os jogadores ponham em campo tudo aquilo que têm e sabem e do que são capazes”.

“A equipa deverá conquistar os adeptos”
Desagradados com o rumo dos acontecimentos, os adeptos querem uma equipa ganhadora. Manuel Ribeiro quer conquistar o carinho e o apoio deles. “Espero que os associados e simpatizantes centrem a sua atenção quase exclusivamente nos jogadores, que os apoiem, critiquem quando eles fazem coisas más. Mas de uma forma construtiva. Se os incentivarem a procurar as vitórias, se calhar, chegaremos lá mais rapidamente. A equipa deverá conquistar os adeptos. Se a equipa ganha, eles vêm ao estádio. A conjugação de esforços entre adeptos e os jogadores levará a que a equipa alcance mais vitórias”.

“O Gil é de I Liga”
“O Gil Vicente é um clube de I Liga”, afirma de forma peremptória o técnico que salienta o muito trabalho que há a fazer. “Seria ingenuidade pensar que isto é só vir treinar e pôr a equipa a jogar e mais nada. A responsabilidade é enorme”, avisa. “O Gil Vicente está habituado a jogar na I Liga e quer rapidamente atingir esse patamar. Não é tarefa fácil nem é de ânimo leve que se possa pensar que só pelo facto de haver uma mudança de treinador possa acontecer chegar aos primeiros lugares”.
O Gil quer subir mas há quem pretenda alcançar os mesmos objectivos. Para que a subida se efective, Manuel Ribeiro assegura que há muito trabalho pela frente. “Não quero ser ingénuo. Quero ser realista e optimista. Porque temos um bom grupo e uma boa equipa. Temos umas das melhores equipas da Liga de Honra. O que é preciso é demonstrá-lo no campo. O Gil Vicente ainda não tem a melhor equipa, mas vai tê-la o mais rápido possível”.

Entrevista

Barcelos Popular
Texto
04 de Dez de 2008 0

Outras artigos

desenvolvido por aznegocios.pt