100 anos de Gil Vicente
O Gil Vicente merece uma homenagem. Não apenas pel...
Entre as poderosas recordações que existem em casa dos meus pais, chamou-me a atenção um recorte de jornal que a minha mãe guarda, orgulhosamente, desde 1999. O recorte mostra um jovem, talvez o mais jovem daquela equipa, que no meio de uma confusão futebolística entre jogadores, dirigentes e adeptos fazia vir ao de cima um comportamento de se lhe “tirar o chapéu”, mostrando o exemplo de desportivismo a todos os outros.
Este recorte, guardado durante anos, mereceu a minha maior atenção agora ao trabalhar a ética desportiva no âmbito da certificação pela Bandeira da Ética dos Amigos da Montanha, porque nele conseguia ver espelhadas várias mensagens no âmbito da ética desportiva.
Primeiro, o papel dos pais. Quantos recortes de jornal poderiam ter sido guardados com referências a golos e vitórias naquele clube (e, saliente-se estamos a falar de desporto amador)? Tenho memória de alguns. Mas o que estava efetivamente guardado era aquele que transbordava valores éticos no desporto. O papel dos pais no desporto é, sem dúvida, fundamental. A sua postura nas bancadas, o incentivo do desporto enquanto motivador de um crescimento feliz, tudo para além dos resultados imediatos, do perder ou ganhar. Quando uma criança começa a fazer um determinado desporto, antes de uma qualquer vitória quantitativa há muitas outras para alcançar: a aprendizagem, o convívio, o treino, o autocontrolo, a amizade, a diversão, a formação, o espírito de equipa, o respeito pelo adversário ou o saber ser são só alguns exemplos. Estas sim são vitórias que qualquer encarregado de educação deve privilegiar. O atleta não pode ser atleta antes de o ser. A criança ou jovem quando começa uma modalidade não tem de ter logo resultados. Não é logo atleta, mas alguém que tem de se divertir por estar a aprender e a praticar desporto.
Depois, o saber perder. O objetivo será sempre vencer como resultado do trabalho realizado, do empenho e dedicação. Mas o respeito pelo adversário sobrepõe-se. Ele também vence fruto do seu trabalho, empenho e dedicação. E sem adversário, não estaríamos ali. Continuemos, com resiliência, a fazer o nosso trabalho, a viver os valores do desporto. E falamos de valores que, depois de assimilados, são facilmente transportados para a vida em sociedade, que nos moldam a personalidade e nos ajudam a definir como cidadãos. Os pais são o exemplo, o fio condutor e os melhores adeptos, incentivando a que os filhos estejam, cresçam e sejam felizes.
E ainda tenho de realçar um outro papel, não menos importante. O da comunicação social, salientando exemplos positivos, transpondo para a opinião pública exemplos que, orgulhosamente, devemos valorizar, destacar e guardar.
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