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Mesquita vai pedir auditoria à sua gestão no Hospital de Braga

Resposta do administrador à alegada investigação da Judiciária

O administrador do Hospital de Barcelos diz desconhecer que haja qualquer investigação à sua gestão no Hospital de S. Marcos.

Lino Mesquita Machado, presidente do Conselho de Administração do Hospital de Barcelos, vai pedir, no início do próximo ano, uma auditoria à gestão de cinco anos em que esteve à frente do Hospital de S. Marcos, em Braga. Esta é a resposta do administrador às alegadas investigações da Polícia Judiciária na unidade bracarense e que foram amplamente noticiadas nas últimas semanas pela comunicação social. Segundo essas notícias, a PJ estará a investigar os contratos elaborados para a construção do novo bloco de partos e do serviço de gastronterologia, unidades onde o Estado terá investido meio milhão de euros, verbas essas que, alegadamente, e ainda segundo essas notícias, não estarão inscritas nas contas do S. Marcos.

Mesquita falou ao BP no início da noite de terça-feira e mostrou-se um homem "cansado" com o que estava a ser veiculado pela imprensa, atacando, de forma dura, o que tem sido dito sobre a sua gestão. "Disparates", "mentiras", "notícias falaciosas" foram alguns dos termos utilizados para desmentir aqueles que têm, em seu entender, colocado a sua honra em causa. "Eu não estou para que a minha família ande aí sob suspeita, porque os meus filhos têm honra e eu também tenho a minha. E não admito que alguém duvide dessa honradez".

Ministério não deu dinheiro para novo bloco de partos

Garantindo ao BP que não tinha sido contactado pela PJ, e acrescentando que se há alguma investigação ele não tem conhecimento dela, o administrador mostrou-se de consciência tranquila em relação aos seus actos, defendendo mesmo que no caso da obra do novo bloco de partos de Braga até deveria receber "um louvor": "O novo bloco de partos foi feito por causa do encerramento da maternidade de Barcelos e foi-me pedido para fazer essa obra em três meses", razão pela qual Mesquita respondeu ao Ministério da Saúde que tal só era possível sem concurso público: "E eu pergunto quem é que neste país faz uma obra daquelas em três meses se não pedir dispensa de concurso público", acrescentando que caso houvesse concurso público o bloco de partos duplicaria o custo e nem em meio ano estaria pronto.

Quanto ao alegado "buraco financeiro" deixado no S. Marcos, o administrador diz que só fala em dívida ou défice de 36 milhões de euros quem "não percebe nada de nada. Um défice é a diferença entre proveitos e custos" e isso não poderá ser dito relativamente à sua gestão porque, segundo o próprio, a passagem para a Parceria Público Privada, do Grupo Mello, a 31 de Agosto de 2009, altera tudo: "Tínhamos 40 milhões de dívidas e tivemos (S. Marcos) que ficar com elas", ao contrário do que sucedeu com os créditos, também de 40 milhões, que foram cedidos, por decisão do Governo, ao novo Hospital: "Não faz sentido falar em déficeporque ficámos sem uma das componentes, que é a parte dos proveitos".

Hospital de Barcelos prejudicado

Questionado se esta situação lhe retira condições para ficar à frente do Hospital de Barcelos, Mesquita foi claro na resposta: "Só tem uma: é que isto desgasta as minhas energias em Braga. Naturalmente que prejudica o trabalho em Barcelos porque tenho menos tempo para Barcelos. Mas recupero depressa (...). Já estou habituado a usar um colete anti-balas, portanto já o pus".

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Barcelos Popular
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09 de Set de 2010 0

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