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Os mesmos ideais de sempre

BP comemorou Dia da Liberdade em Alheira

O 25 de Abril do povo e do município.

À semelhança do que vem sendo hábito, o Barcelos Popular assinalou, de forma singela, o 25 de Abril de 1974. Cerca de uma centena de pessoas, entre cooperantes, colaboradores e amigos do "mais lido" juntaram-se, desta vez, no Monte de São Lourenço, em Alheira, para festejar as conquistas dos "capitães de Abril". De cravo ao peito, o dia de quarta-feira passou-se em ambiente de festa, onde nem a chuva estragou aquilo que a crise teima em pôr em causa: a liberdade de um povo. Os temas da revolução, as músicas do "Zeca" animaram os ouvidos, enquanto os petiscos e o bom copo de vinho alimentaram os corpos. É caso para dizer que "A Troika não manda aqui".

Da mesma vontade que fez com que os soldados se revoltassem contra o poder instituído, dando origem à Revolução dos Cravos, assim também nasceu o Barcelos Popular, onde a garra de um punhado de homens desejosos e ávidos de falar, denunciar os podres da sociedade falou mais alto. É assim há mais de 36 anos! Todos diziam que depois da queda de Fernando Reis e do PSD da Câmara de Barcelos, o BP se tornaria um qualquer pasquim do poder socialista. Mas, a verdade, é que o BP continua a afirmar a sua independência e simultânea soberania no que toca aos órgãos de comunicação locais. "Não somos contra o poder, mas mantemos a política que sempre nos regeu: denunciar, dar voz", disse o director do BP. José Santos continuou para afirmar que a prova de que o BP continua fiel aos seus ideais e se mantém como o jornal de eleição dos barcelenses está plasmada nos últimos resultados da Marktest, que dão conta da esmagadora preferência dos leitores pelo Barcelos Popular.

As conquistas de Abril continuam a vigorar, mas, a verdade, é que a crise tem-nas posto em causa todos os dias: "É verdade que continuamos a ter liberdade, a viver em democracia ou a votar, mas de que adianta tudo isso se as pessoas não têm dinheiro para comprar pão? É essa liberdade que começa a ser posta em causa", lamentou José Santos. Prova do descontentamento de um povo e daqueles que lutaram e conquistaram Abril foi o facto de os "capitães de Abril" e alguns elementos históricos da política nacional, como Manuel Alegre ou Mário Soares que, pela primeira vez, não participaram nas comemorações do 25 de Abril no Parlamento. "Nunca, como com neste Governo, se viu contestação e desagrado do povo", terminou o director do Barcelos Popular.

Sessão solene distante do povo

A sessão solene do 25 de Abril, retomada pelo PS desde que venceu a Câmara Municipal, em 2009, está, com o passar dos anos, a afastar-se do povo, que comparece, cada vez menos, nos Paços do Concelho. Depois de em 2010 o auditório ter lotado, a verdade é que nos anos seguintes praticamente só compareceram deputados e entidades convidadas. Desta vez, até os próprios deputados apareceram em reduzido número, alguns deles acabaram mesmo por abandonar o espaço, depois de concluída a Assembleia Municipal (AM).

Costa Araújo, líder da AM, foi o primeiro a intervir, para apelar a uma postura mais colaborante entre Governo, autarquias e instituições com vista "à coesão social", objectivo cada vez mais urgente em tempos de profunda crise, como a actual. É necessário uma mensagem de esperança e, sobretudo, acção, disse o autarca: "Cumprir Abril é participar, contribuir, ajudar".

A Mário Figueiredo ficou reservada, mais uma vez, a intervenção mais assertiva, começando por lamentar que "nunca, como hoje, se pode afirmar que estão a ser postos em causa" as conquistas da revolução de 1974, por "aqueles que nunca perdoaram ao povo a luta pela democracia", naquilo a que o comunista classificou como um "autêntico ajuste de contas" com esse tempo. Mário Costa, o recém-eleito líder do Bloco de Esquerda, no primeiro acto público no cargo, começou por elogiar a "lição de democracia dos deputados municipais que aprovaram, na passada sexta-feira, um referendo sobre a fusão de freguesias". O trabalho da coligação PSD/CDS foi alvo das críticas do bloquista, que mostrou compreender a ausência dos "capitães de Abril" na sessão solene do 25 de Abril na Assembleia da República.

António Ribeiro, do CDS, defendeu uma maior aproximação entre "eleitores e eleitos" e falou na necessidade de uma "nova história, com novos protagonistas", deixando por fim, uma frase de esperança: "O cravo, um dia, voltará a florescer e o vermelho que o tinge será o da paixão por Portugal".

Joaquim Barbosa, do PS, não quis deixar de lembrar que "hoje vivemos incomparavelmente melhor" que nos tempos anteriores à revolução. O socialista apelou, ainda, à classe política para "acabar com a descrença" que a população tem em relação aos governantes.

Domingos Araújo, do PSD, começou por dizer que não basta "falar-se de liberdade, aclamá-la. É preciso defendê-la", no dia-a-dia e não apenas em actos solenes. Numa clara referência ao executivo PS, o social-democrata referiu, ainda, que "o caminho terá de ser feito para a frente e nunca a olhar para trás", criticando aqueles que "acham que os limites e a tolerância só são para os outros".

Miguel Costa Gomes destacou a importância do poder local na democracia portuguesa, rejeitando a ideia de que Portugal tem muitas freguesias. Para o autarca, a reforma do Governo irá "fragilizar uma conquista de Abril".

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Barcelos Popular
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26 de Abr de 2012 0

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