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Travão às portagens

Opinião sobre A28

"Não querendo transformar toda esta questão numa guerra Norte/Sul, a verdade é que já começam a tornar-se "enfadonhas" todas as medidas dos sucessivos governos que penalizam a zona Norte em detrimento da grande Lisboa".

A introdução de portagens na A28 continua a ser uma questão polémica que ainda vai fazer correr muita tinta e obrigar as populações directamente afectadas a tomar medidas e posições de luta. A actual situação de crise e a necessidade premente de verbas por parte do Governo não pode ser a justificação para uma série de medidas, nas quais se inclui a introdução de portagens na A28. Certamente, que as populações dos concelhos de Viana do Castelo, Ponte de Lima, Esposende, Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Matosinhos ou Porto, já se encontram suficientemente afectadas por toda a conjuntura de crise que se vive no país, não necessitando por isso de ver as suas condições de vida agravadas. A actual A28, antiga IC 1, constitui uma importante via de acesso, não só na ligação directa ao Porto, mas também como via de ligação a Espanha. Diariamente, são milhares os condutores que utilizam a referida estrada para tratar de assuntos profissionais, não existindo uma alternativa viável para os utilizadores. Além disso, a A28 sempre foi utilizada de forma gratuita, levando a que muitas empresas e pessoas se implantassem na região, tendo inclusivamente sido construída com comparticipação de fundos comunitários atribuídos precisamente para permitir o desenvolvimento económico da zona Norte. As premissas iniciais não foram alteradas, antes pelo contrário, no actual contexto sócio-económico em que se encontra a região Norte, impunham-se até a soma a este "benefício" de outros factores de discriminação positiva que impulsionassem e sustentassem um desenvolvimento económico que se exige que seja superior à média do país.

Não querendo transformar toda esta questão numa guerra Norte/Sul, a verdade é que já começam a tornar-se "enfadonhas" todas as medidas dos sucessivos governos que penalizam a zona Norte em detrimento da grande Lisboa. Os investimentos faraónicos na capital não podem ser suspensos. A construção do TGV apenas vai privilegiar a ligação Lisboa/Madrid, ficando mais uma vez o Norte privado de uma ligação de vital importância entre Porto/Vigo. Também a construção de 3ª travessia no Tejo não parece ser uma necessidade permente, mas sim mais uma opção centralista do Governo. Isto para não falar da construção do novo aeroporto, quando a realidade do tráfego aéreo tem demonstrado que a Portela está longe de estar esgotada. Aliás, quem viaja por esses aeroportos europeus e vê pistas com filas de espera de aviões para fazerem descolagens de 30 em 30 segundos, acha uma verdadeira anedota falar-se de esgotamento de um aeroporto onde se fazem aterragens e descolagens de 10 em 10 minutos.

Haja decoro! Se os municípios afectados por esta medida se impuserem e as populações se cansarem de serem barbaramente exploradas sempre em desfavor do centralismo capitalista o Governo encontrará no Norte um sério travão à implementação desta medida e a cobrança de portagens na A28 será impossível. Haja quem não pague!

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22 de Abr de 2010 0

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