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GNR condenado continua em funções

Agente "recusa-se a multar amigos"

Um agente da GNR colocado no posto de Barcelinhos daquela força de autoridade continua em funções, apesar de ter sido condenado, em Junho de 2008, pelo tribunal local.

O soldado da GNR foi condenado "na pena única de dois anos e cinco meses de prisão", "como autor material de um crime de corrupção passiva e de dois crimes de abuso de poder".
Embora o tribunal tenha decidido, na mesma ocasião, "suspender a execução daquela pena de prisão, por um período de igual duração", fez depender essa suspensão da devolução de duas éguas ou o seu valor equivalente em dinheiro, a um cidadão de Abade de Neiva que teria sido burlado pelo agente da GNR e por um agricultor desta freguesia também condenado, no mesmo processo, "na pena única de um ano e cinco meses de prisão".

Os contornos da situação são absolutamente caricatos e contam-se em meia dúzia de palavras. Em 19 de Abril de 2006, o agente da GNR e o seu cúmplice terão orquestrado uma manobra para atrair o cidadão burlado à casa do segundo, sabendo de antemão que o visado se deslocaria de tractor agrícola e que não possuía carta de condução nem seguro do veículo em causa. O GNR, postado no caminho de acesso à quinta do seu cúmplice, fez-lhe paragem, pediu-lhe os documentos, e, perante a sua inexistência, mandou-o apresentar-se no posto de Barcelinhos sem, contudo, lhe passar o aviso para a apresentação dos documentos.

Posto isto, o cidadão abordado pelo GNR deslocou-se então para casa do "amigo" onde terá contado todas as peripécias do sucedido. Curiosamente, porém, o agente da autoridade "que era frequentador habitual da quinta" do seu cúmplice, também ali apareceu mais tarde. Depois de uma conversa a dois, GNR e dono da casa abordaram a vítima e fizeram-no acreditar que "por conduzir o tractor sem carta e sem seguro seria condenado num ano e meio de prisão e numa multa de 1.500€". Mas, "se lhes entregasse as duas éguas que tinha em casa ele", o agente da GNR, "não o autuava e também não comunicava as infracções". Assim foi feito porque, o burlado "ficou assustado com o que lhe podia acontecer" e anuiu em tudo o que lhe foi pedido.

Mais tarde, porém, alertado para a burla de que tinha sido vítima, denunciou o caso às autoridades e o processo conheceu o resultado de que aqui se dá agora conta. Estranhamente, e segundo informações que recolhemos, o soldado da GNR continua a efectuar serviços que podem proporcionar novas acções do género, com a agravante de ter afirmado "com toda a convicção, na audiência de julgamento, que se recusa a multar os amigos".

Contactado, por fax, há cerca de quinze dias, o comando do posto da GNR de Barcelinhos, até à hora do fecho desta edição, não respodeu às nossas questões.

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Barcelos Popular
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09 de Abr de 2009 0

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